A formalização dos raciocínios a que Aristóteles se consagra nos Primeiros Analíticos é restrita, como sabemos, a proposições da forma categórica. Embora reco- nheça certas especificidades formais nas proposições encerrando predicados relacionais, Aristóteles parece reservar-lhes um estatuto secundário, considerando-as, em alguma medida, redutíveis a proposições categóricas. Neste artigo, pretendo examinar algumas passagens de Categorias 7 que possam lançar alguma luz sobre o estatuto que Aristóte- les confere às atribuições relativas, visando melhor precisar as razões que o teriam conduzido a negligenciar (...) um tratamento formal mais rigoroso das proposições relacionais nos Primeiros Analíticos. (shrink)

Em diversas ocasiões, Leibniz recorre à autoridade de Aristóteles a fim de roborar sua tese da verdade como inerência do predicado ao sujeito da proposição. Não é, contudo, evidente em que medida a filosofia aristotélica poderia oferecer amparo a essa reivindica- ção. Afinal, a Aristóteles tradicionalmente se atribui uma concepção de verdade diferente, consistente em uma relação de correspondência entre a proposição e a realidade que ela se destina a descrever. Sem discutir a conhecida tese da verdade como correspondência, este (...) trabalho é dedicado a investigar em que medida os escritos de Aristóteles permitem que Leibniz respalde neles as suas afirmações. Para tanto, a presente investigação estará focada nos Primeiros e os Segundos Analíticos, obras em que Aristóteles expõe sua teoria do racio- cínio e da demonstração. Visa-se averiguar se, e sob que condições, a noção de inerência ali mobilizada pode ser assimilada à noção leibniziana de inerência. (shrink)

Honneth afirma que o léxico das palavras diagnóstico e patologia estão ligadas à medicina. Na área social, essas noções só podem ser interpretadas indiretamente, ou seja, através das narrativas literárias, do campo artístico e da cinematografia. A proposta do Observatório Global de Patologias Sociais quer superar esse déficit. Este artigo exibe não apenas a análise conceitual, mas também as percepções inovadoras oriundas de um questionário online. Foram três questões. Por um lado, trata-se de descrever uma conceptualização de patologia social. Por (...) outro, colher sugestões para um instrumento empírico. Por fim, obter uma lista de patologias sociais. A análise demonstrou que há patologias restritas ao âmbito individual, enquanto outras são concernentes ao espaço coletivo. Nesse sentido, os efeitos e acometimentos também obedecem a categorias diferenciadas. Além do mais, aparecem percepções de patologias ligadas ao aspecto institucional, revelando uma preocupação com relação ao sistema social. Como conclusão, o texto sugere que a análise das patologias deve voltar-se à concretização social, institucional e histórica. Deste modo, os impulsos que, a princípio, eram tratados como subjetivos, individuais ou pessoais podem ser investigados desde situações sociais coletivas e institucionais. (shrink)

El presente artículo busca enfocar la correlación entre el uso de la energía, el espacio, el territorio y el desarrollo local, teniendo en cuenta la utilización del gas natural en las cerámicas de Mato Grosso del Sur/Brasil. La importancia de los hechos geográficos es pautada por muchos parámetros, como el paso del tiempo, los nuevos descubrimientos tecnológicos, las necesidades de materias primas, los objetivos nacionales e internacionales y la ética de las relaciones internacionales. El gas natural no es utilizado aún (...) como fuente alternativa de energía en gran escala en el Estado. Puede ser considerado como uno de los resultados de la valorización de la política socio económica, de la cultura local y del medio ambiente preservado como parte de la identidad local del ser humano al mejorar su calidad de vida. (shrink)

Honneth afirma que o léxico das palavras diagnóstico e patologia estão ligadas à medicina. Na área social, essas noções só podem ser interpretadas indiretamente, ou seja, através das narrativas literárias, do campo artístico e da cinematografia. O Observatório Global de Patologias Sociais propõe-se a superar esse déficit. Este artigo exibe não apenas a análise conceitual, mas também as percepções inovadoras oriundas de um questionário online. Foram três questões. Por um lado, trata-se de descrever uma conceptualização de patologia social. Por outro, (...) coletar sugestões para um instrumento empírico. Por fim, obter uma lista de patologias sociais. A análise demonstrou que há patologias restritas ao âmbito individual, enquanto outras são concernentes ao espaço coletivo. Nesse sentido, os efeitos e acometimentos também obedecem a categorias diferenciadas. Além do mais, aparecem percepções de patologias ligadas ao aspecto institucional, revelando uma preocupação com relação ao sistema social. Como conclusão, o texto sugere que a análise das patologias deve voltar-se à concretização social, institucional e histórica. Deste modo, os impulsos que, a princípio, eram tratados como subjetivos, individuais ou pessoais podem ser investigados como situações sociais coletivas e institucionais. (shrink)

El artículo revisa la diversificación de formas de religiosidad, y se plantea analizar el fenómeno de lo sagrado en el contexto de las prácticas sociales, buscando comprenderlo en sus manifestaciones espaciales y como configurador de relaciones sociales en el proceso de construcción territorial. Afirma que la estructuración de la vida colectiva ha tenido desde un inicio una tentativa integradora con la totalidad cósmica a través del espíritu religioso, siendo esto lo que ha otorgado sentido al mundo, lo que sigue manifestándose (...) en las territorialidades de lo sagrado de este tiempo presente. (shrink)

This article is intended to examine the lines 1006a34-b9 of Metaphysics Γ 4, where Aristotle conjectures and discusses an objection to the very first step of his proof of the principle of the most universal science. As we shall see in detail, this objection consists in claiming that the meaning of a word is multiple, so that it is not possible for a word to have one single meaning, contrarily to what it seems to be required for one to say (...) something. As we shall also see, some crucial aspects of aristotelian notion of meaning emerge in this context, among which those related to the unity proper to it. (shrink)

Em diversas ocasiões, Leibniz recorre à autoridade de Aristóteles a fim de roborar sua tese da verdade como inerência do predicado ao sujeito da proposição. Não é, contudo, evidente em que medida a filosofia aristotélica poderia oferecer amparo a essa reivindica- ção. Afinal, a Aristóteles tradicionalmente se atribui uma concepção de verdade diferente, consistente em uma relação de correspondência entre a proposição e a realidade que ela se destina a descrever. Sem discutir a conhecida tese da verdade como correspondência, este (...) trabalho é dedicado a investigar em que medida os escritos de Aristóteles permitem que Leibniz respalde neles as suas afirmações. Para tanto, a presente investigação estará focada nos Primeiros e os Segundos Analíticos, obras em que Aristóteles expõe sua teoria do racio- cínio e da demonstração. Visa-se averiguar se, e sob que condições, a noção de inerência ali mobilizada pode ser assimilada à noção leibniziana de inerência. (shrink)

Burnout has important ramifications for employees and organizations and preventing burnout forms an ethical issue for managers. However, the role of the leader and especially the role of ethical aspects of leadership have received relatively little attention in relation to burnout to date. We conducted a survey among employees (N = 386) of a Dutch retail organization, nested in 122 teams with a leader. Our first contribution is that we empirically show the hypothesized opposing relationships of ethical and passive leadership (...) behavior with follower burnout. Furthermore, we examined two job characteristics as mechanisms that link these forms of leadership and burnout. Lastly, we show that the positive relationship of ethical leadership with burnout via role clarity (but not overload) is dependent on the degree of passive leadership the leader is perceived to display. Our results suggest that organizations should promote ethical leadership behaviors and limit passive leadership behaviors by stimulating leaders to be active in their role and use their social influence to promote ethical conduct. (shrink)

Generalized anxiety disorder is among the world’s most prevalent psychiatric disorders and often manifests as persistent and difficult to control apprehension. Despite its prevalence, there is no integrative, formal model of how anxiety and anxiety disorders arise. Here, we offer a perspective derived from the free energy principle; one that shares similarities with established constructs such as learned helplessness. Our account is simple: anxiety can be formalized as learned uncertainty. A biological system, having had persistent uncertainty in its past, will (...) expect uncertainty in its future, irrespective of whether uncertainty truly persists. Despite our account’s intuitive simplicity—which can be illustrated with the mere flip of a coin—it is grounded within the free energy principle and hence situates the formation of anxiety within a broader explanatory framework of biological self-organization and self-evidencing. We conclude that, through conceptualizing anxiety within a framework of working generative models, our perspective might afford novel approaches in the clinical treatment of anxiety and its key symptoms. (shrink)

Healey et al. introduce the special issue with a brief overview of work on communication in the Cognitive Sciences and some of the historical and conceptual influences that have marginalized the study of miscommunication. Drawing on more recent work in Cognitive Science and Conversation Analysis they argue that miscommunication is in fact a highly structured, ubiquitous phenomenon that is fundamental to human interaction.

This article explores the motives underlying corporate responses to the COVID-19 pandemic. The analysis begins with Thomas Dunfee’s Statement of Minimum Moral Obligation, which specifies, more precisely than any other contribution to the business ethics canon, the level of corporate beneficence required during a pandemic. The analysis then turns to Milton Friedman’s neoliberal understanding of human nature, critically contrasting it with the notion of stoic virtue that informs the works of Adam Smith. Friedman contends that beneficence should play no role (...) in corporate settings. Smith, by contrast, emphasizes the need for prudence, beneficence and self-command in all human endeavours. The article then uses these competing frameworks to reflect on a published survey of 145 corporate responses to COVID-19. In many of these responses, the benefit to a non-financial stakeholder is clear, while the financial consequence to the firm remains nebulous. This supports the contention that during a pandemic, beneficence provides a more complete explanation of many corporate actions than the profit motive alone. The article contests Friedman’s Chicago School profit imperative and goes beyond Dunfee’s SMMO by endorsing the more full-throated embrace of beneficence and stoic virtue found in the works of Smith. (shrink)

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Emergency departments are challenging research settings, where truly informed consent can be difficult to obtain. A deeper understanding of emergency medical patients’ opinions about research is needed. We conducted a systematic review and meta-summary of quantitative and qualitative studies on which values, attitudes, or beliefs of emergent medical research participants influence research participation. We included studies of adults that investigated opinions toward emergency medicine research participation. We excluded studies focused on the association between demographics or consent document features and participation (...) and those focused on non-emergency research. In August 2011, we searched the following databases: MEDLINE, EMBASE, Google Scholar, Scirus, PsycINFO, AgeLine and Global Health. Titles, abstracts and then full manuscripts were independently evaluated by two reviewers. Disagreements were resolved by consensus and adjudicated by a third author. Studies were evaluated for bias using standardised scores. We report themes associated with participation or refusal. Our initial search produced over 1800 articles. A total of 44 articles were extracted for full-manuscript analysis, and 14 were retained based on our eligibility criteria. Among factors favouring participation, altruism and personal health benefit had the highest frequency. Mistrust of researchers, feeling like a ‘guinea pig’ and risk were leading factors favouring refusal. Many studies noted limitations of informed consent processes in emergent conditions. We conclude that highlighting the benefits to the participant and society, mitigating risk and increasing public trust may increase research participation in emergency medical research. New methods for conducting informed consent in such studies are needed. (shrink)

Background: More and more quantitative information is becoming available about the risks of complications arising from medical treatment. In everyday practice, this raises the question whether each and every risk, however low, should be disclosed to patients. What could be good reasons for doing or not doing so? This will increasingly become a dilemma for practitioners.Objective: To report doctors’ views on whether to disclose or withhold information on low risks of complications.Methods: In a qualitative study design, 37 respondents were included. (...) Focus group interviews were held with 22 respondents and individual in-depth interviews with 15.Results: Doctors have doubts about disclosing or withholding information on complication risk, especially in a risk range of 1 in 200 to 1 in 10 000. Their considerations on whether to disclose or to withhold information depend on a complicated mix of patient and doctor-associated reasons; on medical and personal considerations; and on the kind and purpose of intervention.Discussion: Even though the degree of a risk is important in a doctor’s considerations, the severity of the possible complications and patients’ wishes and competencies have an important role as well. Respondents said that low risks should always be communicated when there are alternatives for the intervention or when the patient may prevent or mitigate the risk. When the appropriateness of disclosing risks is doubtful, doctors should always tell their patients that no intervention is without risk, give them the opportunity to gather all the information they need or want, and enable them to detect a complication at an early stage. (shrink)

Buscando identificar os aspectos informativas de prontuários de pacientes internados por motivações sociais no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba em 1953 e de concepções foucaultianas sobre a construção da ‘loucura’ e do ‘louco’ na sua forte relação com modelo de sociedade, esta pesquisa indagou: se a loucura é uma construção social, que na modernidade implicou em segregação, qual a função do documento médico nesse processo? Espera-se que apresentem um conteúdo informativo sobre as doenças (viés informativo). Mas os prontuários daquela instituição não (...) apresentaram-se informativos sobre a loucura. O conflito entre um esperado viés informativo do documento e os nossos resultados levou a proposta de que faz-se necessário um exame mais holístico do valor político e social do documento médico. Propõe-se um exame mais ampliado do documento, enquanto materialidade recortada de determinado acontecimento, com função de modelação e controle, dentro de um dispositivo maior de verdade: o conhecimento e as instituições médico-científicas. O acesso à informação sobre os pacientes, se consequência de um processo de organização eficaz de conjuntos documentais em arquivos médicos, inicia-se pela escrita sobre o paciente que age como sentença (interne-se ou dê-se alta), mas há um silêncio sobre as práticas médicas de tratamento, pelo menos no período e na instituição investigada, que torna o sujeito internado objeto de práticas indescritíveis. Ao final da pesquisa conclui-se que aqueles documentos sobre o louco têm, pelo menos, três vieses passíveis de análise: o da autoria da escrita; o do objeto da escrita, e o viés institucional, ou sobre como o documento institui em alguns casos, na nossa sociedade, relações de poder. Um quarto viés que atravessa todos os outros, o do regime burocrático no qual estamos inseridos e que, por algum motivo, precisa passar pelo caminho do documento para cristalizar o seu poder. (shrink)

There is a widespread conviction that people distinguish two kinds of acts: on the one hand, acts that are generalisably wrong because they go against universal principles of harm, justice, or rights; on the other hand, acts that are variably right or wrong depending on the social context. In this paper we criticise existing methods that measure generalisability. We report new findings indicating that a modification of generalisability measures is in order. We discuss our findings in light of recent criticisms (...) of moral/conventional research. (shrink)